O que convém aprender aos 30 anos

A vida é uma constante aprendizagem. Todos os dias podemos aprender algo de novo e não há idade limite para o conhecimento.

Escrito com ❤️ a

26 de Junho, 2017

A vida é uma constante aprendizagem. Todos os dias podemos aprender algo de novo e não há idade limite para o conhecimento. Dei por mim na semana passada a repetir por mais de uma vez a seguinte frase: «com esta idade já devia saber…» Depois pensei, será que já devia mesmo saber? Ou ainda estou no processo de aprendizagem? Afinal, o que aprendi durante estas três décadas de vida e o que desejo aprender até entrar nos «entas»?

  1. Generosidade. Se aos 20 lutamos pelos ideais, aos 30 aprendemos a negra arte do cinismo e do pragmatismo. Mas há uma alternativa a esse caminho e chama-se generosidade. E ao praticá-la de forma liberal, vivemos melhor.
  1. Maturidade. Quanto mais se progride na década dos 30, mais valor se dá a esta palavra. Maturidade significa que aprendemos com os erros do passado, conseguimos evitar as más escolhas no presente e prevemos as nossas ações do futuro. A maturidade permite-nos ter uma visão de águia, isto é, ao nos distanciarmos dos problemas, eles tornam-se significativamente menores e ficam mais fáceis de lidar.
  1. Tempo. O tempo é o bem mais valioso que temos e que gastamos com maior negligência. Aos 30 continua tudo a passar demasiado depressa. Ainda damos pouco valor às pausas e achamos que o corpo aguenta tudo. Gerir corretamente o tempo é o tipo de lição que nunca é cedo demais para aprender e colocar em prática.
  1. Questionar. Questionar é óptimo. Especialmente nesta idade, porque ainda é possível corrigir e mudar as nossas ideias e convicções. É incrível como o mundo se agiganta quando largamos a pequenez das nossas ideias pré-feitas. As convicções aos 30 anos são importantes, mas que elas não sirvam de desculpa para nos fecharmos ao mundo.
  1. Inteligência emocional. Ler Augusto Cury poderá ajudar a descobrir que a inteligência vai para além do QI, mas que passa também pela capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros. Aos 30 anos é obrigatório estar ciente das suas emoções e saber gerir o seu comportamento e tendências.
  1. Aprender a falar. Saber falar medindo a força e o significado das palavras é essencial se queremos construir relacionamentos duradouros. Investir em vocabulário é uma tarefa que nunca está completa. Profissionalmente, saber exprimir corretamente uma opinião ou uma ideia é um trunfo para o sucesso nesta idade pois assim o nosso pensamento ficará claro e será compreendido.
  1. Aprender a ouvir. Saber ouvir é uma arte e está cada vez mais em desuso. Temos tantas distrações e estímulos que não somos capazes de nos concentrarmos a ouvir e a compreender o que nos dizem. Aprender ao ouvir é sermos capazes de nos interessarmos totalmente pelo que é dito. Aos 30 anos ainda temos ouvidos pouco treinados.
  1. As ações falam mais alto. Aos 30 anos podemos construir uma boa ou má reputação. Por isso, as ações importam e muito.
  1. Lembrar dos conselhos dos pais. Acredito que é aos 30 que mais lembramos os conselhos dos pais, especialmente quando eles nos advertiam para valorizarmos a escola e os professores; que o tempo investido a estudar disciplinas que pareciam inúteis alargam horizontes; para escolhermos cuidadosamente as amizades; para tratarmos bem os outros, etc.
  1. Passatempos. São necessários em qualquer idade. A diferença está no preço dos brinquedos. Aos 30 anos o preço dos brinquedos sobe substancialmente!
  1. Poupar. Aos 30 não pensamos muito nisso. Mas a fábula da cigarra e da formiga não é de todo fantasia quando temos que pagar as contas no final do mês, especialmente quando sabemos que gastamos a mais. É verdade que quando ganhamos independência financeira deixamo-nos deslumbrar. Mas se isso é desculpável aos 20, aos 30 temos de dar maior valor a cada cêntimo ganho.
  1. Nunca deixar de aprender. Admitamos, aos 30 ainda há muito para aprender. E lá porque temos um curso superior, não significa que nunca mais teremos de voltar à escola. Estudar continuamente permite-nos estarmos mais bem preparado para os desafios do futuro.
  1. Ganhar rotinas. É verdade que durante a década dos 30, pensar em rotinas dá-nos um aperto no peito. Mas à medida que avançamos, percebemos o quanto as rotinas nos dão segurança e reduzem a ansiedade.
  1. Correr atrás de sonhos. Ou então, não! Se calhar aos 30 já devíamos ter percebido que não é com sonhos que se chega a algum lado. Aos 30 é tempo para nos concentrarmos nas dores, nas frustrações e procurarmos ser solução.
  1. Competir com os que são melhores. É preferível estar rodeado com pessoas melhores que nós, pois isso obriga-nos a trabalhar e a esforçar-nos para as acompanhar e superar. Só assim seremos capazes de crescer. Aos 30 anos, temos muita energia para ir à luta, excelentes capacidades intelectuais para assimilarmos informação e pôr em prática novas competências.
  1. Estabelecer metas. É a partir da definição de metas que nos tornamos conscientes onde queremos chegar e do que devemos fazer para alcançar o sucesso.
  1. Ser original. Se calhar o tempo de imitar os outros seja na roupa, no cabelo ou na fala já ficou para trás, ou não? Aos 30 anos temos de ser nós próprios.
  1. Melhorar constantemente. Se aos 30 anos já diz «sempre fui assim», então está mais envelhecido do que aparenta. Aos 30 vamos aperfeiçoando o que fazemos bem e corrigindo o que fazemos mal.
  1. Fugir das pessoas erradas. Fazer escolhas nos nossos relacionamentos é fundamental. Perceber quem são as companhias tóxicas e os que trazem ao de cima o pior de nós é fundamental para prosseguirmos nesta idade.
  1. Confiar nas pessoas certas. Investir em relacionamentos é um trunfo para o resto da vida. Aos 30 anos pensamos já saber tudo, mas é importante, confiar naqueles que já têm mais experiência de vida. Aprender a confiar nas pessoas certas cria segurança e reduz a ansiedade num mundo imprevisível como o que vivemos hoje.
  1. Sentido de discernimento. Nesta idade, devemos adquirir a aptidão para avaliar algo com sensatez e clareza.
  1. Encontrar mentores. Todos precisamos daquela pessoa que, pela sua sabedoria ou experiência, nos serve de guia ou conselheiro. Vale a pena procurar estas pessoas.
  1. Não ficar à espera das oportunidades. Se desejamos oportunidades temos de ir à luta. As oportunidades criam-se, não surgem do nada. Aos 30 anos, temos de ter a ousadia de criar oportunidades, de lutar por elas, de persegui-las com toda a garra.
  1. Ler. Há uma estatística que diz que cerca de 42% dos licenciados não leem mais nenhum livro depois de terminar o curso superior. Se está fora dessa estatística pense o quão à frente está dessas pessoas. Aos 30 é perfeito para cultivar e manter o hábito da leitura e não importa o assunto ou estilo literário. Nesta idade começamos a entender que a verdadeira sabedoria está nos livros.
  1. Escrever. Esta é uma década perfeita para começarmos a escrever com regularidade. Aprendemos que a escrita pode ter um efeito catártico. Através dela podemos iniciar profundos diálogos connosco e com as nossas ideias e convicções.
  1. Falar uma segunda língua. Aos 30 anos percebemos o quão libertador é saber falar uma segunda língua.
  1. Não trabalhar horas a mais. Nesta idade queremos agradar ao chefe, ao director ou ao administrador mostrando o quão empenhados estamos ao trabalhar até tarde. Não! Aos 30 anos devemos aprender a trabalhar de forma inteligente, gerindo as tarefas e responsabilidades dentro do horário de trabalho.
  1. Ganhar confiança em si mesmo. Há que enfrentar as inseguranças e medos e ganhar confiança nas nossas capacidades intelectuais, emocionais e criativas. Autoconfiança é fundamental para enfrentarmos com firmeza as incertezas do futuro.
  1. Não ter medo de dizer não. Vamos descobrir que dizer não é a arma mais poderosa que temos nas mãos.
  1. Não acomodar. Aos 30 anos ainda é muito cedo para nos acomodarmos a uma carreira profissional que não gostamos, a um emprego mal pago, a convicções ignorantes ou a relacionamentos tóxicos.
Quer levar estas reflexões consigo?

You've Got M@il: reflexões sobre design, criatividade, carreira e negócios

Se gostou deste artigo, vai querer mergulhar em You’ve Got Mail. Este livro nasceu da vontade de reunir num só lugar as ideias e reflexões que tenho partilhado ao longo dos anos — sobre criatividade, tecnologia, estratégia, carreira e tudo o que acontece quando estas áreas se cruzam.

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