A vida é uma constante aprendizagem. Todos os dias podemos aprender algo de novo e não há idade limite para o conhecimento. Dei por mim na semana passada a repetir por mais de uma vez a seguinte frase: «com esta idade já devia saber…» Depois pensei, será que já devia mesmo saber? Ou ainda estou no processo de aprendizagem? Afinal, o que aprendi durante estas três décadas de vida e o que desejo aprender até entrar nos «entas»?
- Generosidade. Se aos 20 lutamos pelos ideais, aos 30 aprendemos a negra arte do cinismo e do pragmatismo. Mas há uma alternativa a esse caminho e chama-se generosidade. E ao praticá-la de forma liberal, vivemos melhor.
- Maturidade. Quanto mais se progride na década dos 30, mais valor se dá a esta palavra. Maturidade significa que aprendemos com os erros do passado, conseguimos evitar as más escolhas no presente e prevemos as nossas ações do futuro. A maturidade permite-nos ter uma visão de águia, isto é, ao nos distanciarmos dos problemas, eles tornam-se significativamente menores e ficam mais fáceis de lidar.
- Tempo. O tempo é o bem mais valioso que temos e que gastamos com maior negligência. Aos 30 continua tudo a passar demasiado depressa. Ainda damos pouco valor às pausas e achamos que o corpo aguenta tudo. Gerir corretamente o tempo é o tipo de lição que nunca é cedo demais para aprender e colocar em prática.
- Questionar. Questionar é óptimo. Especialmente nesta idade, porque ainda é possível corrigir e mudar as nossas ideias e convicções. É incrível como o mundo se agiganta quando largamos a pequenez das nossas ideias pré-feitas. As convicções aos 30 anos são importantes, mas que elas não sirvam de desculpa para nos fecharmos ao mundo.
- Inteligência emocional. Ler Augusto Cury poderá ajudar a descobrir que a inteligência vai para além do QI, mas que passa também pela capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros. Aos 30 anos é obrigatório estar ciente das suas emoções e saber gerir o seu comportamento e tendências.
- Aprender a falar. Saber falar medindo a força e o significado das palavras é essencial se queremos construir relacionamentos duradouros. Investir em vocabulário é uma tarefa que nunca está completa. Profissionalmente, saber exprimir corretamente uma opinião ou uma ideia é um trunfo para o sucesso nesta idade pois assim o nosso pensamento ficará claro e será compreendido.
- Aprender a ouvir. Saber ouvir é uma arte e está cada vez mais em desuso. Temos tantas distrações e estímulos que não somos capazes de nos concentrarmos a ouvir e a compreender o que nos dizem. Aprender ao ouvir é sermos capazes de nos interessarmos totalmente pelo que é dito. Aos 30 anos ainda temos ouvidos pouco treinados.
- As ações falam mais alto. Aos 30 anos podemos construir uma boa ou má reputação. Por isso, as ações importam e muito.
- Lembrar dos conselhos dos pais. Acredito que é aos 30 que mais lembramos os conselhos dos pais, especialmente quando eles nos advertiam para valorizarmos a escola e os professores; que o tempo investido a estudar disciplinas que pareciam inúteis alargam horizontes; para escolhermos cuidadosamente as amizades; para tratarmos bem os outros, etc.
- Passatempos. São necessários em qualquer idade. A diferença está no preço dos brinquedos. Aos 30 anos o preço dos brinquedos sobe substancialmente!
- Poupar. Aos 30 não pensamos muito nisso. Mas a fábula da cigarra e da formiga não é de todo fantasia quando temos que pagar as contas no final do mês, especialmente quando sabemos que gastamos a mais. É verdade que quando ganhamos independência financeira deixamo-nos deslumbrar. Mas se isso é desculpável aos 20, aos 30 temos de dar maior valor a cada cêntimo ganho.
- Nunca deixar de aprender. Admitamos, aos 30 ainda há muito para aprender. E lá porque temos um curso superior, não significa que nunca mais teremos de voltar à escola. Estudar continuamente permite-nos estarmos mais bem preparado para os desafios do futuro.
- Ganhar rotinas. É verdade que durante a década dos 30, pensar em rotinas dá-nos um aperto no peito. Mas à medida que avançamos, percebemos o quanto as rotinas nos dão segurança e reduzem a ansiedade.
- Correr atrás de sonhos. Ou então, não! Se calhar aos 30 já devíamos ter percebido que não é com sonhos que se chega a algum lado. Aos 30 é tempo para nos concentrarmos nas dores, nas frustrações e procurarmos ser solução.
- Competir com os que são melhores. É preferível estar rodeado com pessoas melhores que nós, pois isso obriga-nos a trabalhar e a esforçar-nos para as acompanhar e superar. Só assim seremos capazes de crescer. Aos 30 anos, temos muita energia para ir à luta, excelentes capacidades intelectuais para assimilarmos informação e pôr em prática novas competências.
- Estabelecer metas. É a partir da definição de metas que nos tornamos conscientes onde queremos chegar e do que devemos fazer para alcançar o sucesso.
- Ser original. Se calhar o tempo de imitar os outros seja na roupa, no cabelo ou na fala já ficou para trás, ou não? Aos 30 anos temos de ser nós próprios.
- Melhorar constantemente. Se aos 30 anos já diz «sempre fui assim», então está mais envelhecido do que aparenta. Aos 30 vamos aperfeiçoando o que fazemos bem e corrigindo o que fazemos mal.
- Fugir das pessoas erradas. Fazer escolhas nos nossos relacionamentos é fundamental. Perceber quem são as companhias tóxicas e os que trazem ao de cima o pior de nós é fundamental para prosseguirmos nesta idade.
- Confiar nas pessoas certas. Investir em relacionamentos é um trunfo para o resto da vida. Aos 30 anos pensamos já saber tudo, mas é importante, confiar naqueles que já têm mais experiência de vida. Aprender a confiar nas pessoas certas cria segurança e reduz a ansiedade num mundo imprevisível como o que vivemos hoje.
- Sentido de discernimento. Nesta idade, devemos adquirir a aptidão para avaliar algo com sensatez e clareza.
- Encontrar mentores. Todos precisamos daquela pessoa que, pela sua sabedoria ou experiência, nos serve de guia ou conselheiro. Vale a pena procurar estas pessoas.
- Não ficar à espera das oportunidades. Se desejamos oportunidades temos de ir à luta. As oportunidades criam-se, não surgem do nada. Aos 30 anos, temos de ter a ousadia de criar oportunidades, de lutar por elas, de persegui-las com toda a garra.
- Ler. Há uma estatística que diz que cerca de 42% dos licenciados não leem mais nenhum livro depois de terminar o curso superior. Se está fora dessa estatística pense o quão à frente está dessas pessoas. Aos 30 é perfeito para cultivar e manter o hábito da leitura e não importa o assunto ou estilo literário. Nesta idade começamos a entender que a verdadeira sabedoria está nos livros.
- Escrever. Esta é uma década perfeita para começarmos a escrever com regularidade. Aprendemos que a escrita pode ter um efeito catártico. Através dela podemos iniciar profundos diálogos connosco e com as nossas ideias e convicções.
- Falar uma segunda língua. Aos 30 anos percebemos o quão libertador é saber falar uma segunda língua.
- Não trabalhar horas a mais. Nesta idade queremos agradar ao chefe, ao director ou ao administrador mostrando o quão empenhados estamos ao trabalhar até tarde. Não! Aos 30 anos devemos aprender a trabalhar de forma inteligente, gerindo as tarefas e responsabilidades dentro do horário de trabalho.
- Ganhar confiança em si mesmo. Há que enfrentar as inseguranças e medos e ganhar confiança nas nossas capacidades intelectuais, emocionais e criativas. Autoconfiança é fundamental para enfrentarmos com firmeza as incertezas do futuro.
- Não ter medo de dizer não. Vamos descobrir que dizer não é a arma mais poderosa que temos nas mãos.
- Não acomodar. Aos 30 anos ainda é muito cedo para nos acomodarmos a uma carreira profissional que não gostamos, a um emprego mal pago, a convicções ignorantes ou a relacionamentos tóxicos.