Não seria bom se as ideias viessem embaladas como aquelas sopas instantâneas que basta juntar água e ficam prontas em 5 minutos? Ou seja, sempre que necessitássemos de uma ideia iriamos ao armário e escolheríamos aquela que nos parecesse mais adequada para a situação, tipo «ideia brilhante para mudar o mundo», «ideia que o cliente irá aplaudir de pé» ou «ideia para o próximo artigo no blogue e que não custe muito a escrever»! A vida seria bem mais simples, não concorda?
Mas não! A vida é tudo menos simples, pois a ideias não aparecerem quando estalamos os dedos ou desejamos com muita força! Pelo contrário, nós é que temos de procurar e encontrar. E por vezes, encontramos as ideias nos locais que menos esperávamos.
Atribui-se a frase «a necessidade é a mãe da invenção» a Platão. E ele estava absolutamente certo. Mas onde e como encontrar a necessidade?
Para encontrarmos ideias, temos de procurar os problemas. E para encontrarmos os problemas, temos de tomar atenção às pessoas.
Enquanto as pessoas tiverem problemas, elas sempre estarão disponíveis para novas soluções, para maneiras mais ágeis, simples, rápidas e inteligentes de realizarem uma determinada tarefa. E felizmente, ainda há muitas oportunidades de melhoria de produtos e serviços por este mundo fora!
Drew Houston, co-fundador da Dropbox, o conhecido serviço de armazenamento em cloud, afirmou que «as pessoas mais felizes e bem-sucedidas que conheço, não gostam apenas do que fazem, mas acima de tudo, estão obcecadas em resolver um problema importante e que lhes toca pessoalmente».
Falo de problemas reais e dolorosos. E a resposta a alguns deles começou por estar atento às frustrações das pessoas. Nos anos 90, os motores de busca na internet eram uma porcaria. Nasce a Google! Os serviços de táxi eram muito insuficientes. Aparece a Uber e com ela muitos outros serviços alternativos de transporte. Já ninguém quer alugar DVD’s e, então, a Netflix surge como solução para o acesso a filmes e séries em casa!
Estes são exemplos de produtos e serviços que conseguem resolver problemas reais enfrentados por pessoas reais. Quanto mais atento estiver aos momentos de luta e frustração na sua própria vida e na vida dos que o rodeiam, mas consciente estará das oportunidades em redor.
Então, se procura novas ideias para o seu negócio ou organização, comece por pesquisar as causas das dores, respondendo a estas questões:
Quando doloroso é este problema? Acontece ocasionalmente ou estou sempre a dar de caras com esta situação? É um problema pequeno ou causa profunda e generalizada irritação?
Quantas pessoas terão este problema? Sou só eu? Um pequeno grupo de pessoas ou será generalizado? É um problema localizado ou global?
Quanto vai a minha solução reduzir o problema? Resolvo por completo? Ou atenuo a frustração, dando tempo para ensaiar uma solução mais aperfeiçoada? As pessoas irão aderir entusiasticamente? Ou terei de fazer longo investimento em educação?
Quão viável é a minha solução? É tecnicamente possível de ser implementada? E a que custo? Quais os obstáculos legais?