Ao fim de 12 anos de carreira como designer comecei a questionar-me se havia feito as escolhas certas: no curso que concluí, na universidade que escolhi, nas aulas a que faltei, nas áreas onde me fui especializando, nos relacionamentos que deixei para trás, no tipo de carreira que segui, nas empresas em que colaborei e nos clientes com quem trabalhei.
Quanto ao passado não há como mudá-lo, mas não refletir sobre ele ou dele deixar de extrair preciosas lições é uma atitude pateta. Não está em causa nenhum arrependimento de ter seguido esta profissão – até porque é o que gosto de fazer e sinto-me realizado – mas, sim, um certo sentimento de que, se houvesse escolhido outros caminhos, hoje poderia ter uma vida diferente.
Em vez de ficar pelo “e se?” decidi reencontrar antigos colegas, amigos e até professores que trabalham nesta área e conversar com eles, interrogando-os sobre as escolhas que fizeram, em que estágios estão nas suas carreiras e que objetivos ainda têm pela frente.
Decidi também que esta iniciativa deveria ser partilhada pelos meus pares e publicadas, em jeito de crónicas, as conversas que com eles for tendo.
Porquê ao almoço? E por que não? Afinal é um dos hábitos mais acarinhados dos portugueses – os longos almoços que se prolongam em conversa pela tarde fora.
Nenhum almoço tem um guião definido, mas há três temas de conversa que quero abordar: a criatividade, a carreira e família.
Num mundo em permanente mudança, de enorme competição e exigente adaptação tecnológica e de conhecimento cada vez mais complexo, o meu desejo é que este projeto possa inspirar todos os designers, os de hoje e os do futuro.