Faz três semanas que iniciei um capítulo surpreendente e nostálgico na minha trajetória profissional: regressei à Nova SBE. Desta vez, não como freelancer num projeto específico, mas para trabalhar a tempo inteiro, ainda que por um breve período. Este regresso provocou em mim uma reflexão profunda, inspirada pela sabedoria popular que aconselha contra o retorno aos lugares onde já fomos felizes, uma ideia poeticamente capturada na canção “As regras da sensatez” de Rui Veloso. A decisão não foi, de modo algum, ligeira.
Mais de seis anos se passaram desde que deixei este lugar. A equipa original viu muitos dos seus membros partirem e novos rostos agora ocupam os espaços outrora familiares. Este cenário despertou em mim um misto de receio e expectativa: temia não mais reconhecer a organização que tanto me moldou e, ainda por cima, receava não estar à altura da lembrança de excelência e competência que acredito ter deixado como marca.
Apesar dessas preocupações, o que encontrei ao regressar superou todas as expectativas. O reencontro com os colegas de vários departamentos do passado e a receção calorosa como fui recebido refletem a marca indelével que deixei nessas pessoas e na instituição: isto não só aliviou os meus receios como também reafirmou o impacto positivo que devemos deixar nps outros, mesmo na ausência.
Adaptar-me de um trabalho predominantemente como freelancer, com interação direta e constante com clientes, para uma posição dentro de uma estrutura organizacional bem definida, tem sido uma processo de aprendizagem. Sem dúvida, há uma curva de adaptação, mas é um desafio que tenho abraçado com entusiasmo.
Este retorno ofereceu-me uma perspetiva única, permitindo-me ver a Nova SBE tanto pelos olhos de quem partiu como pelos de quem volta, apreciando as mudanças e testemunhando a evolução. O meu regresso à Nova SBE prova que, por vezes, voltar ao lugar onde fomos felizes não só é possível como pode ser uma fonte de renovação e crescimento. Vejo este breve regresso como uma nova oportunidade de voltar a contribuir para uma instituição que ocupa um lugar especial no meu coração.